eleapeá!

Fiquei tentando trazer a memória qual foi a primeira vez que vim visitar a LAPA – eleapeá!

E com todo o meu esforço, não consegui recordar. A única coisa que me veio forte foi uma apresentação sobre contação de histórias no Recordatório, na rua Joaquim Silva, numa manhã de sábado. Havia recebido por e-mail e fui conhecer.

Foi uma espécie de workshop da oficina que seria dada. O lugar era muito colorido, com panos de chita, músicas de ciranda ao fundo e uma moça muito gentil que falava.

Lembro-me que não tinha idéia de onde seria a tal rua Joaquim Silva – me parecia nome de sambista – e cheguei a ficar confusa assim quando pisei na Lapa. Parei num bar e me indicaram por onde deveria seguir. Fui pela rua, avistei o número, apertei a campainha, subi pelas escadas e lá estava eu, sendo recebida pela “professora” e outras mulheres que também tinha ido lá para conhecer a oficina.

A visão da lapa que sempre me apresentavam como lugar boêmio, pela manhã de sábado tinha outra sintonia. Vi coisas que jamais perceberia numa noite: Vi pessoas com pães nas mãos, gente varrendo calçada, mulheres gritando pelas crianças, homens lendo jornal na esquina.

Logo pensei: As noites deve ser pura encenação! Bares, ruas com diversos figurantes. Como uma vida de big brother que alguém, que não sabemos quem, vê, assite e manipula todas as peças.

Mas pelas manhãs, pelo menos nos finais de semana, o poder não pode ser exercido e a vida torna-se normal.

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